Crítica: ‘Elle’(2016), de Paul Verhoeven

Uma viagem
pela psique de uma sociopata imersa em um calvário inexorável. Um filme que não
vai te fazer sentir nenhuma empatia pela personagem principal. O melhor
trabalho da carreira de Paul Verhoeven e uma das maiores atuações da história
do cinema.
Logo no
início do filme, somos introduzidos de maneira genial aos instantes finais de
uma mulher sendo estuprada por um estranho encapuzado em sua própria casa. Após
a cena, vamos percebendo que nada é o que aparenta. A frieza da protagonista
após ser violentada dá ao espectador um esboço do que está por vir.
A personagem
logo se revela uma mulher amoral, fria e perversa. Nutrindo um cargo importante
em determinada empresa e vindo de uma família aparentemente com bastante
dinheiro, ela demonstra ser odiada pela maioria de seus companheiros de
trabalho. Sua vida é repleta de casos amorosos com homens comprometidos, o que
parece excitá-la de alguma forma. A violência sofrida por ela é colocada de
lado pela própria personagem, que se preocupa mais em não divulgar o fato do
que procurar as medidas cabíveis. Ela aparenta não sofrer nenhum trauma após o
ocorrido. Muito pelo contrário, logo após o fato ela retoma sua vida normal.
Temos a icônica cena da personagem indo ao hospital para ver se havia sido
contaminada com alguma doença. O médico a avisa que não é possível descobrir em
tão pouco tempo e que ela poderia iniciar um tratamento para evitar o avanço da
possível doença. De maneira impassível, ela anuncia ao médico que tal ato não
poderia ser colocado em prática em virtude de seu trabalho, completando com a célebre
frase: “Azar, veremos o que dá”.
No avançar da
trama, a personagem acaba descobrindo que agora está sendo perseguida por seu
algoz e que este não é um mero atacante desconhecido. Ela passa a receber
ameaças revelando que seu agressor está muito mais perto do que ela imaginava.
Ela não procura a polícia, ao invés disso adquire alguns objetos para a defesa.
Finalmente a personagem começa a sentir os efeitos da situação e passa a viver
uma vida paranoica.
A sociopatia
latente da personagem é explicada por uma infância marcada por eventos
surreais. A moça é filha, simplesmente, de um assassino em massa que aterrorizou
seu bairro na década de 1970. Ela, então, nutre um ódio inerente em relação ao
pai, evitando visitá-lo na prisão. E quando decide finalmente tentar a visita,
após a morte de sua mãe, acaba recebendo a notícia de que seu pai, sabendo da possível vinda da filha, cometera o suicídio.

O papel da
personagem foi dado a atriz francesa Isabelle Huppert. E ela não decepciona
aqui. Cada expressão facial da atriz tira o fôlego do espectador. A atriz, com
63 anos na época do filme, convence como uma personagem talvez 10 anos mais
jovem, passando um charme e uma sexualidade inerentes em cada cena. Ela é brilhante
do início ao fim do filme. A segunda maior atuação feminina da história do
cinema, ficando atrás somente de sua própria atuação em ‘A Professora de Piano’(2001). A performance da atriz aqui merece ser vista e revista inúmeras
vezes. É algo de outro mundo. 

A direção de
Paul Verhoeven beira à perfeição. Cada cena é realizada com extrema
sutiliza. A câmera segue a atriz a cada segundo, tentando dar sempre o melhor
ângulo para ela desfilar seus olhares e gestos. A maior virtude da direção de
Verhoeven é reconhecer que tem uma atriz fabulosa em suas mãos. E aqui ele
dedica o filme a ela. O diretor já havia feito algo semelhante com Sharon
Stone, em Instinto Selvagem(1992). Melhor trabalho de direção e filme da
carreira do aclamado diretor holandês, superando Robocop(1987) e ‘O Vingador do
Futuro(1990).

A experiência
de assistir ‘Elle’ é única. Esta obra-prima é muito mais do que um thriller
psicológico. O filme é um retrato cruel da vida de uma mulher vítima do acaso que a transformou em um ser humano decadente. Uma sociopata fria e calculista.
A figura do estupro, assim como o suspense inserido no filme, são apenas
camadas superficiais do longa-metragem. O mergulho no cérebro dessa mulher é um
processo sem volta. Uma viagem ao cerne do que consiste o ser humano, uma
espécie falida e maravilhosamente única. Isabelle Huppert não tem frescuras
aqui, ela se entrega completamente ao papel de Michele Leblanc. Um ato de amor
a sua profissão de uma das maiores atrizes da história da sétima arte. Assistir a francesa
em ação traz sensações indescritíveis ao espectador. Uma obra indispensável
para qualquer público.
Nota CI: 7,8 Nota IMDB: 7,3
Filmografia:
ELLE.
Direção: Paul Verhoeven. 2016. 130 min.
ROBOCOP.
Direção: Paul Verhoeven. 1987. 102 min.
VINGADOR do
Futuro, O. Direção: Paul Verhoeven. 1990. 113 min. Título Original: Total Recall.
INSTINTO
Selvagem. Direção: Paul Verhoeven. 1992. 127 min. Título Original: Basic Instinct.

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